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quinta-feira, 12 de junho de 2025

RESPIRA, ANA!

Mais uma noite chegou para Ana e, para seu desespero, o medo, como sempre, veio junto para a decepção dela.

Quando a noite caía, tudo parecia querer desabar na vida dela. Era o sol se pôr que os maiores pesadelos de Ana acordavam e ela pensava que não ia conseguir dar mais um o à frente, pois tudo paralisava dentro dela. 

Seu corpo respondia instantaneamente com dores e mais dores em cada centímetro, sem contar que a ansiedade chegava de mãos dadas com o medo e tomava conta de todo o seu ser.

Amedrontada, ela procurava forças dentro de si e tentava alimentar a sua fé com a esperança de ser ouvida pelo Universo.

Clamava, chorava e entregava seus problemas ao Ser Divino e, esperançosa, aguardava.

Por mais que ela fizesse esse exercício, dentro dela existia uma erupção de sentimentos que não conseguia identificar ao certo onde começava e terminava o medo. Ela simplesmente o sentia ao seu lado. 

Corroendo-a por dentro, o medo tentava apavorá-la dizendo que ela não era capaz, que não conseguiria, que sua derrocada chegara e era o seu fim. Transtornada, se tremia por completo e a sua respiração ofegante a sufocava até o seu limite.

Buscando ficar firme e enfrentando aquele bicho de sete cabeças que insistia em permanecer ao seu lado, respirava fundo e falava para si mesma que tudo ficaria bem, tentando controlar a sua mente, pois ela sabia que sua maior inimiga naquele momento era ela.

Sua mente, burra e insensata, não respondia aos seus clamores até ela ordenar mentalmente à ela que quem estava no comando era Ana. Quando acontecia de Ana gritar internamente com sua mente fragilizada, tudo ia se encaixando, até que ela conseguia respirar devagar e mantinha o controle sobre si mesma. A sudorese cessava, os batimentos cardíacos voltavam ao normal e a dor se esvaía.

Acreditando que aqueles episódios cessariam, Ana sentia que tinha mais algumas horas de libertação espiritual.

A confusão mental dava espaço para a racionalidade e ela conseguia ativar sua força e avidez.

Falando para si mesma que era só um momento ruim, Ana coloca  numa jaula os seus pensamentos mais sombrios, desejando não soltá-los mais.

Acreditando em dias melhores, se pegava pensando quantas crises ainda teriam que ar. 

Será que o Universo estava testando sua fé?

Será que ela ia chegar no limite da loucura onde não conseguiria atravessar a ponte?

Será que ela enlouqueceria por alimentar pensamentos tão obscuros e cruéis?

Desejando não ter respostas para esses questionamentos, Ana segurava firme o seu amuleto e tentava adormecer exercitando os pensamentos positivos como, por exemplo, as coisas boas que lhe foram proporcionadas durante o dia. Esses pensamentos iam acalmando-a e, quando menos esperava, adormecia no mais profundo sono que a revigorará por mais vinte e quatro horas.

Autora:

Patricia Lopes dos Santos

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