Por Edu Sani, CEO da ADSPLAY

Atualmente, ser líder se assemelha a uma gincana de aceitação. É preciso ser legal, simpático, querido, compreensivo, disponível e inspirador… e, se sobrar tempo, entregar resultados. Estamos na era da chamada liderança Nutella ou, como gosto de dizer, a época em que a vontade de agradar pode comprometer a performance.
A liderança Nutella é um conceito contemporâneo que combina empatia, flexibilidade e uma abordagem colaborativa. No entanto, é crucial reconhecer que esse estilo também apresenta desafios. A busca incessante por um ambiente harmonioso pode, em algumas situações, levar à hesitação em tomar decisões difíceis ou em lidar com conflitos de maneira assertiva. Por isso, é fundamental que esses líderes equilibrem sua abordagem amigável com a capacidade de serem firmes quando necessário, garantindo que a equipe permaneça focada em seus objetivos e resultados.
Deixe-me compartilhar uma verdade: as empresas não são retiros espirituais. Todas têm metas, pressão e cobranças. Liderar não é apenas fazer com que todos se sintam bem o tempo todo; é promover o crescimento da equipe, o que, em algumas ocasiões, significa tirá-los da zona de conforto. Ninguém evolui profissionalmente apenas ouvindo elogios, certo?
Em contraste com a liderança Nutella, existe a liderança raiz, que aponta o que precisa ser corrigido, mesmo que isso não seja fácil. Essa liderança não ignora os erros, mas está presente para ajudar a corrigi-los. É a liderança que cobra, mas também ensina; que oferece liberdade, mas exige responsabilidade. Ela prepara a equipe para o jogo real, não para um cenário cor-de-rosa que não existe.
O problema é que muitos preferem ser populares a serem eficientes, e o preço a pagar por isso são equipes desorientadas, entregas fracas e empresas estagnadas. Liderar é puxar, provocar e ter a coragem de dizer o que talvez ninguém queira ouvir. Um líder fraco e inseguro busca aprovação, enquanto um líder forte está constantemente em busca da evolução do time e da empresa.
Se o objetivo for apenas agradar, talvez seja mais apropriado considerar uma carreira como influenciador. A verdadeira liderança exige compromisso, autenticidade e a disposição de enfrentar desafios de frente, sempre com foco no desenvolvimento e na excelência.